
Por Ana Lúcia Finazzi
Os bares sempre foram pontos de encontro de amigos para um bate papo animado e descontraído. Em nossa cidade, muitos deles marcaram época e, portanto, contam um pouco de sua história.
De bar em bar, São João cresceu, desenvolveu-se, criou preconceitos e tabus em torno dos mesmos, derrubou-os por outras vezes; e tornou alguns folclóricos e inesquecíveis.
O bar já foi inspiração de poetas e músicos boêmios; amigo das horas de dor de cotovelo, reduto de estudantes e políticos, local onde nasceram romances e amizades. Numa autêntica conversa de botequim, levantamos um pouco destas lembranças sobre alguns destes bares memoráveis de nossa querida São João da Boa Vista:
BAR RUBBO
Por volta de 1936, a família Rubbo montou um bar na Pça. Cel. Joaquim José (onde hoje se localiza o edifício Changai). Uma novidade para a cidade, pois, ao que parece, era um misto de bar, mercearia e quitanda. Com excelente localização, tinha seis mesas de sinuca e, no salão, vinte e cinco mesas de refeições. Além de sorveteria, havia o Chopp, na época, novidade na região. Posteriormente o bar foi vendido para a família Ciacco e passou a servir cafezinho, outra inovação para um bar daqueles tempos.
BAR E RESTAURANTE 9 DE JULHO
Em 1959, o Sr. Armando (Toti) Castilho comprou o Bar 9 de Julho, até então de propriedade do Sr. Agostinho Cenzi. Ficava localizado na Praça da Matriz ( hoje Pça. Gov. Armando Sales de Oliveira). Foi mantido por ele durante dez anos. Em 1969, o Bar e o local foram vendidos novamente, desta vez para o Sr. Cidalla Issac, que conservou o bar durante outros dez anos nos mesmos padrões. Nesta década, o que marcou foi um incêndio nas dependências do estabelecimento e muito assustou os sanjoanenses.
Jussara Bar e Bar do Clube — O Jussara Bar foi inaugurado no início da década de 50, pelo Sr. Abel Vicente e ficava na Praça Joaquim José. Posteriormente pertenceu aos Srs. Agostinho Cenzi e Tramonte. Em 1964, a família Poiano instalava-se em São João, já com prática em bares e comprou o estabelecimento, conservando-se à frente do mesmo até 1967.
Com um excelente movimento, a procura por pizzas era grande. De lá, os Poianos foram para o Bar do Clube, que também marcou época na cidade.
NOSSO BAR E BAR CANECÃO
Em 1962, Abdo Nicolau José comprou o Nosso Bar, de propriedade do Sr. Antonio Aulicínio. Jorge Nicolau José, irmão do Sr. Abdo, trabalhava com ele na época, assim como o funcionário Nelson, que tornou o bauru do Nosso Bar o mais famoso da cidade.
Posteriormente foi comprado por José Maria de Carvalho (Zezinho), que ainda é dono deste bar, embora tenha mudado de endereço.
Em 1971, Jorge Nicolau José abriu o Bar Canecão, outro lendário ambiente, ponto de encontro dos jovens daquela geração. Era o reduto do famoso “Reio Futebol e Samba” e um dos locais mais badalados da cidade durante muito anos.
BAR TEATRO E BAR DA RODOVIÁRIA
O Bar Teatro ocupava o espaço direito da entrada do Cine Teatro. Teve inúmeros proprietários, sendo que o último foi o Sr. Angelo Trevisan, que lá trabalhava com o filho Nivaldo e o genro José Jacob Parron.
Entre 1974 e 1987 (quando foi iniciada a reforma do Theatro), ainda era grande o movimento de fregueses, sobretudo atendendo os passageiros do Circular, que ali aguardavam a condução, bem como os funcionários da Caixa Econômica, da Prefeitura e dos Bancos próximos.
Na década de 60, quatro sócios abriram um bar na antiga rodoviária (hoje, Terminal Rodoviário Urbano). Eram eles: Felipe Morgabel, Hélio Lombardi Aguiar, Liberato Trafani e Cândido Rezende Lopes.
Foram os primeiros a manter um bar aberto durante a noite toda, atendendo às saídas dos bailes, servindo lanches e bistecas na chapa. Outra novidade foi a venda dos sorvetes da Kibon, ainda inéditos na cidade.
OUTROS BARES
É grande a lista dos bares que fazem parte da história de São João, cada qual com sua característica peculiar: Bar Sorveteria e Café São João ( um dos mais antigos), Bar do Palmeiras, Bar do Enéias, Bar do Evaristo ( pequeno no tamanho, mas grande na clientela), Bar do Bolinha e tantos outros.
A estes se somam os bares da atualidade que, amanhã, serão também alvo de gratas lembranças, trazidas à tona, quem sabe, na mesa de um novo bar…