Reciclar eletrônicos usados é o caminho certo para reduzir impactos ambientais.
POR CLÓVIS VIEIRA
No dia 19 de setembro, recente, integrantes do Rotary Clube de São João da Boa Vista Sul promoveram, pelo sétimo ano consecutivo, ação para recolher a maior quantidade possível de lixo eletrônico. O local foi a praça Coronel Joaquim José e o resultado foi o descarte de 1,3 toneladas de material muito diversificado, que incluiu televisores, micro-ondas, aparelhos de som, notebooks e muito mais. Todo esse conteúdo foi entregue a um parceiro do Rotary Sul, que realiza destinação ecológica a esse e-lixo, como é conhecido.
O lixo eletrônico ou resíduo eletrônico ou, ainda, resíduo computacional, é todo equipamento eletrônico descartado ou obsoleto. É grande a lista desses descartes: geladeiras, congeladores e outros equipamentos refrigeradores; equipamentos de computação e telecomunicações; equipamentos eletrônicos de consumo e painéis solares; televisores, monitores e telas; lâmpadas LED; e até máquinas de venda automática. Nesta lista, podem ser incluídas as pilhas, recarregáveis ou não, e as diversas baterias que alimentam relógios, telefones celulares e outras novidades eletrônicas.
Diante do sucesso daquele projeto, o Rotary Clube Sul estendeu sua ação até empresas da cidade e a uma escola particular. O clube de serviços instalou no colégio escolhido um recipiente para recolher lixo de pequeno porte, como celulares, tablets, notebooks etc. “O nosso objetivo é, em consonância com o Rotary Clube Internacional, conscientizar alunos e professores sobre essa questão ecológica tão importante”, ressaltou o presidente da entidade Mateo Cotic. De acordo com ele, em breve mais 4 ou 5 escolas também receberão a visita do Rotary com uma palestra sobre o tema e a instalação de recipiente especial para receber e-lixo.
COMO DESCARTAR
Além do espaço que fatalmente ocupam, o grande problema do lixo eletrônico são os metais pesados presentes na constituição de muitos desses equipamentos; são componentes que podem ser altamente tóxicos e causar impactos ao meio ambiente. Especialistas afirmam que, caso a retenção de metais pesados pelo solo seja saturada, podem infiltrar e contaminar as águas subterrâneas com mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, além de outros compostos químicos. Veja como é importante saber onde e como descartar.
“No dia 5 de agosto de 2010, foi aprovada a Lei Federal n. 12.305 que instituiu em 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) na legislação ambiental brasileira nº 12.305. Esta, obriga a dar destinação adequada para os resíduos sólidos, inclusive os eletrônicos. No Estado de São Paulo, foi promulgada em julho de 2009 a Lei Estadual 13.576, que institui normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico” informou site cuja preocupação é a preservação do meio ambiente.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos aponta que “as empresas devem se responsabilizar pelo descarte de lixo eletrônico”. Esta indicação abre a oportunidade de o consumidor entrar em contato com os fabricantes dos aparelhos que usa, para descobrir como devolver esses resíduos que têm em casa ou no escritório. Sem dúvida, é uma maneira prática e fácil de saber como reciclar lixo eletrônico. Providência ideal para quem não quer perder tempo pesquisando pontos de coleta próximos à residência ou local de trabalho. A sugestão é fazer uso dessa possibilidade para solicitar esse tipo de serviço.
DESCARTE CORRETO
O relatório Global E-Waste Monitor, mostrou que o Brasil produziu 2,1 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2019. É uma quantidade quase inimaginável, que chama a atenção mesmo do cidadão comum e mostra como é importante o descarte correto de lixo eletrônico. É possível que este ainda seja assunto pouco discutido por aqui, mas que tem enorme relevância ecológica. E não há dúvidas – a produção e o consumo de eletrônicos em todo o mundo devem seguir em alta nos próximos anos. Smartphones, televisores com seus controles remotos e mesmo robôs aspiradores já fazem parte da rotina de milhares de pessoas no País. Com o nome técnico Resíduo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), esse conjunto de lixo abrange diversos equipamentos, divididos em quatro categorias. São elas: a linha verde: notebooks, celulares, tablets, mouses, teclados, computadores de mesa, impressoras, carregadores, fones de ouvido, pilhas, baterias, cabos; a linha marrom: televisores, aparelhos de som e equipamentos de DVD ou VHS; a linha azul: eletrodomésticos portáteis, como liquidificadores, batedeiras, ferros elétricos e secadores de cabelo; e a linha branca: eletrodomésticos grandes, como geladeiras e fogões.
A importância dessa divisão de categorias reside no fato de que alguns pontos de coleta recebem apenas equipamentos específicos de uma delas. Além, é claro, de ficar mais fácil reunir os itens na mesma classificação no momento de promover o descarte correto.
Como foi citado acima, diversos materiais e elementos químicos são usados na fabricação dos equipamentos eletrônicos. Borrachas, plásticos, cobre, alumínio, chumbo, ferro, lítio, níquel, cádmio, fibras de vidro e ouro são apenas alguns exemplos. Já imaginou esses materiais contaminando a água que bebemos e os alimentos que consumimos no dia a dia?
COLETA E-LIXO
Por isso tudo, tornam-se tão importantes ações como essa do Rotary Clube Sul, promovendo conscientização no ambiente escolar e contando com o apoio dos professores na formação de cidadãos que conviverão da melhor e mais correta maneira com o lixo eletrônico que produzem. A Associação Comercial é um posto de coleta de lixo eletrônico, com o intuito de dar a destinação adequada a este material. Visite e faça a sua parte!