POR MATHEUS LIANDA
Não é raro ouvir que além do pontilhão sobre a rodovia SP-342 há outra cidade. E não se engane: o conglomerado de bairros conhecido como “parte alta” corresponde a aproximadamente 37% da população de São João da Boa Vista, segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e informações do Departamento Municipal de Gestão e Planejamento Urbano. Com cerca de 34 mil residentes, a região supera diversos municípios próximos em número de habitantes, como Tambaú, Caconde ou Tapiratiba, e é uma importante área urbana com forte comércio, oferta de serviços, praças, escolas, unidades de saúde, centros de integração e zonas residenciais.
Uma característica curiosa, contudo, é a alcunha atribuída ao conjunto de alguns bairros ao redor da R. Henrique Cabral de Vasconcellos, tais como Jardim São Nicolau, Vila Fleming, Chácara Rosa Dias, Jardim Vila Rica, Vila Tenente Vasconcellos, Jardim Amélia, Jardim Magalhães, Jardim Almeida e Jardim Flamboyant: a sigla DER, cujo significado é Departamento de Estradas de Rodagens. Aliás, é muito mais provável que sanjoanenses se refiram ao local desta forma do que com qualquer um dos nomes oficiais acima. Mas por que uma autarquia estadual se tornou tão emblemática?
ESTRADA DE TROPEIROS
A história do bairro do DER remonta aos idos de 1790 – muito antes da fundação de São João da Boa Vista, em 1824. A rua que hoje chamamos de Henrique Cabral era, na época, uma das principais estradas de tropeiros para Andradas e dava acesso aos diversos sítios do entorno. “Ela passava ao lado do cemitério e, onde fazia a curva para descer, se afundou de tanto ser pisoteada e passarem carros de boi”, relata o historiador e professor de Arquitetura, Antonio Carlos Lorette.
Algumas das principais propriedades da área no século XIX eram a Fazenda Desterro, a Aliança, a São Geraldo, mais conhecida como Graminha, e a Aparadouro. A ausência de um posto de fiscalização tornava essa via um ponto atraente para produtores rurais. “Não havia nenhum quartel em Andradas, tanto que o governo provincial teve que fazer ‘tranqueiras’, obstáculos que fechavam as estradas, para evitar a fuga do ouro de Minas Gerais”, conta o historiador.
Com o tempo, os proprietários lotearam as fazendas, cujas parcelas foram vendidas como “chácaras”, termo de significado um pouco diferente do atual, pois se assemelhavam mais a sítios. Um dos compradores adquiriu as terras no que hoje seria o extremo da rua principal do DER – justamente o homem que mais tarde lhe emprestaria o próprio nome: Henrique Cabral de Vasconcellos. E não é difícil saber a localização de sua propriedade, era onde está hoje a principal praça do DER, nomeada em homenagem à sua esposa, Isaura Teixeira. Em pouco tempo, o lugar ficaria conhecido como “Vila Seca”.
VILA SECA
“A estrada levantava uma poeira danada ali. Essas chácaras tinham muitas pastagens e, em volta da sede, grandes pomares. Tinha muito piquete para cavalos, burros, vários cercados. Com a passagem de automóveis, a poeira impregnava o pasto”, afirma Lorette. “Também havia muitas margaridinhas amarelas. Isso dava uma tonalidade árida, ficava tudo meio claro. E então chamavam de Vila Seca, esse era o nome que se dava”.
Naquele período, o comércio era realizado em vendas, farinheiras, empórios e mercearias. Os estabelecimentos se concentravam na altura da Rua 14 de Julho até o Cemitério Municipal, praticamente um dos limites da cidade. Mas, pouco a pouco, se estenderam para a Vila Seca. “O pessoal que trabalhava nas roças vinha até a porta da cidade para comprar nessas vendas autorizadas pelos fazendeiros. Tinha cereais, óleo de tonel, óleo de cozinha, chapéus, rolo de fumo, bebidas; tudo que precisassem para uma boa compra de mês”, relata Lorette. “Eles botavam na conta e acertavam uma vez por ano, quando vendiam a produção de café, após a colheita”.
DA RUA DO COMÉRCIO PARA A PARTE ALTA
No ano de 1948, o Governo do Estado de São Paulo construiu ali, no cruzamento entre a estrada para Andradas e a rodovia para Águas da Prata e Poços de Caldas – local estratégico, portanto – um pátio de serviços para zelar pela manutenção e conservação técnica da estrada de rodagens. Até então, a sede da unidade de São João da Boa Vista do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), pertencente à 5ª Divisão Regional de Campinas, ficava na Rua Saldanha Marinho, 482.
De fachada neorrenascentista, o prédio fora originalmente uma residência. “A Saldanha Marinho, na época de sua construção, era chamada ‘Rua do Comércio’, pois saía das proximidades do pátio da Estação Ferroviária e terminava no complexo comercial da família de açorianos Cabral de Vasconcellos, no começo da atual Rua Ademar de Barros”, explica Lorette. De acordo com o Departamento de Planejamento Urbano, ali já funcionou um salão de cabeleireiro, uma loja de informática e o Centro Educacional Infantil Carrossel; atualmente, o imóvel está em processo de tombamento.
Um texto do Álbum de São João da Boa Vista, de Antonio G. Backströn, publicado em 1950, informa que o departamento contava com “os seguintes funcionários: senhores Dr. Homero Vicente Mollo, engenheiro residente; Aureliano Solon, encarregado de assistência aos municípios; senhores Carlos Blengini, Paulo Barreta, José Rubens, Franco Pereira Magalhães, Manuel Cândido da Silva, funcionários; além de dois mecânicos, 15 tratoristas e 150 homens na conserva”.
O SÍMBOLO DE UM BAIRRO: D. E. R.
A mudança da autarquia municipal para a parte alta da cidade foi o passo decisivo para a consolidação do nome pelo qual a região ficaria conhecida. “As pessoas falavam que era o ‘bairro do DER’, porque aquele era o prédio mais importante que se tinha no local, até por ter sido construído bem antes da capela”, relata Lorette. “Para ser visto de longe, na estrada, havia as iniciais de cimento em cima – D. E. R. – senão não se conseguiria identificar da rodovia que edifício era aquele. Então se tornou uma referência; aquelas iniciais colocadas eram como uma placa”.
A adequação para o novo empreendimento incluiu a construção de duas pontes. Além da sede do DER, onde ficavam os funcionários, o terreno amplo podia conter um pátio de manobras, espaço para o maquinário e sua manutenção. Além disso, a localização privilegiada permitia acesso imediato à estrada de rodagem, cujos reparos eram uma necessidade constante. “Há também o estacionamento em volta. Os funcionários faziam a fiscalização de veículos e todos os carros apreendidos ficavam ali. Lá dentro virava um verdadeiro cemitério de automóveis”, conta. Segundo o arquiteto, é um projeto de características neocoloniais, uma tendência da época. “Tem beirais largos, janelas bem avantajadas, arcos na fachada, um alpendre saliente, telhas curvas coloniais, um prédio muito bonito”.
A despeito da homenagem de Henrique Cabral a seu filho Roberto, oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), ao nomear oficialmente o loteamento como Vila Tenente Vasconcellos, a presença emblemática do DER na entrada do bairro, como um monumento, estabeleceu o nome que se firmou nas décadas seguintes e hoje está presente em placas de sinalização, notícias de jornais e documentos oficiais por todo o município de São João da Boa Vista e região.
PRIMÓRDIOS
Com a vinda do DER, outros loteamentos começaram a surgir, e as chácaras gradualmente perderam território. Mesmo assim, a área ainda estava extremamente vinculada à via principal. “É um processo meio tímido, que se arrasta pelos anos 50, mas se mantém à beira da estrada”, relata Lorette. Em 1952, uma ilustre habitante chega ao bairro, vinda do Sítio Landiva, de Espírito Santo de Pinhal: Alcina Landiva, atualmente a moradora mais antiga do DER, com 92 anos de idade.
Desbravadora e muito bem quista por toda a comunidade, Alcina foi, ao lado do esposo Armando, proprietária de uma venda e mais tarde, por volta de 1962, de um empório. Este estabelecimento se tornaria o Supermercado Landiva, onde hoje está a Loja Evolução. “Era tudo mato aqui. A água chegava às sete da noite em torneiras nas esquinas e ficava até às cinco da manhã. Meu marido e eu carregávamos os baldes nas mãos para encher a caixa”, recorda. “Quando me mudei, meu filho tinha sete meses; hoje ele tem 70 anos”.
Um retrato da época é pintado por Fernanda Goulardins em uma reportagem para o extinto jornal Correio Sanjoanense, de fevereiro de 2007. “Havia no local algumas casas pequenas e antigas, mais a casa grande, a escola, o carvoeiro e a chamada sede – um barracão onde as pessoas se reuniam, tudo isso na fazenda de Henrique”. Com o crescimento e estruturação da comunidade, não demorou a surgir a demanda por uma igreja.
SENHOR BOM JESUS
Intimamente ligada à existência do templo católico, Alcina teve papel fundamental na arrecadação de material para sua construção. “Meu marido e alguns amigos se organizaram, queriam uma capela para São Judas Tadeu, mas não tinham um terreno. Eu conversei com a Dona Rosa Dias, que me considerava como uma filha, e a convenci a doar”. Devota que era, a proprietária colocou apenas uma condição: “Ela disse que só doaria se fosse para o Senhor Bom Jesus”.
Alcina e Armando trabalharam diretamente na obra e, com suas boas relações, ela não teve dificuldade em conseguir a colaboração dos vizinhos. “Eu tinha amizade com todo mundo. Em menos de um mês, o Senhor Bom Jesus ganhou areia, tijolos e ferro”. Em um de seus relatos, conta que ao pedir pedras para um freguês do seu empório, rezou enquanto esperava a resposta. No dia seguinte, recebeu tanto material que foi suficiente para erguer o barracão ao lado da igreja. “Eu lembro da planta, o terreno foi doado pela Família Dias, metade de uma quadra. Era bem moderna e tinha o mesmo padrão da capela do bairro do Pedregulho e da de São Roque da Fartura”, relembra Lorette. “Hoje ela está reformada e mudaram bastantes coisas, mas originalmente tinha o formato de mãos postas em oração, fazia uma grande ogiva”.
DIVERSÃO
As tradicionais festas juninas do DER foram organizadas por Alcina e sua família ao longo de 48 anos. Com direito a comidas e bebidas típicas, música ao vivo, muitos enfeites e terços para São Pedro, Santo Antônio e São João, as comemorações eram realizadas na rua, fechada com autorização da prefeitura. “Quanta gente! Vinham de todas as cidades. Até os prefeitos da época e os guardas rodoviários rezavam o terço”, recorda a moradora. Nascida e criada no bairro, a comerciante Leonice Domingos, proprietária da loja Conversão Modas, vive a história do lugar há mais de cinco décadas. Ela descreve em detalhes como eram as comemorações no barracão da atual Paróquia Senhor Bom Jesus. “Aconteciam várias festas em que os vizinhos se reuniam. Muitos moradores e comerciantes da época arrecadavam prendas para a construção e reforma da igreja”, relata. “As garçonetes vestiam saia xadrez, blusa branca e gravatinha, ficavam lindas. E também tinha os famosos correios elegantes”.
Fátima e Mário Fioretti, ex-proprietários do antigo Mercado Fioretti e residentes no DER há 43 e 51 anos respectivamente, lembram que os terrenos baldios às margens da Henrique Cabral eram usados por circos e parques itinerantes. “Aquilo era a maior diversão para a gente e trazia muito movimento à noite”, afirma Fátima. “A gente ia em quase todos, foi um dos momentos muito bons aqui do DER, eram bem animados e ficavam lotadinhos. Coisa boa, que traz tanta alegria, e hoje não tem muito mais”.
A POEIRA DA ESTRADA
Mas nem tudo eram flores. A rotina pela busca de água era exaustiva, mesmo após a remodelação no serviço de abastecimento implementada por Henrique Cabral, quando prefeito. “Íamos de caminhonete numa mina em um pontilhão perto da rodoviária para lavar as louças do almoço e trazer água para as da janta”, conta Fátima. No caso das roupas, o percurso era maior. “Eu ia para a roça, na casa da minha mãe, no bairro do Macuco. Às vezes, a gente buscava água na mina até para beber, porque não tinha, faltava muito”. Antes de vir para o DER, Mário vivia na Fazenda Graminha, propriedade de José Procópio do Amaral. Com o começo do desenvolvimento do bairro, aproveitou o mercado aquecido para trabalhar na construção civil e, em 1970, se mudou para o local onde atualmente está a Farmácia do Rovilson. Depois de 14 anos, ele e Fátima assumiram a antiga Mercearia Malaquias, a qual rebatizaram como Mercearia Fioretti, que posteriormente se tornou o mercado. A partir de 1997, trabalharam duas décadas com transporte escolar e universitário.
Para eles, a ausência de serviços e a distância da parte central de São João eram os maiores problemas. “O trânsito na avenida começou a ficar agitado e os bancos ficaram longe. Também não havia casas lotéricas, você tinha que ir ao Centro para fazer tudo”, relembra Mário. “O asfalto na Henrique Cabral vinha até o Empório Landiva, e as travessas nem asfaltadas eram. Se chovia, fazia buraco; se fazia sol, dava poeira”.
As influências de Leonice para trabalhar no comércio estavam dentro de casa; seu pai foi proprietário de um empório e sua mãe de uma loja de itens variados, a qual administrou por 54 anos, ambos no DER. “Fomos criados neste bairro, é onde meus pais conseguiram ter a casa própria e trabalho para sustentar uma família de sete filhos”, declara. Por outro lado, ela não esquece os desafios dos velhos tempos, como a ausência de saneamento básico. “Não havia rede de esgoto, as casas tinham fossa, tudo era precário. E foram os primeiros comerciantes que acreditaram que poderiam fazer a diferença e tornar o bairro próspero”.
Outra questão era o serviço de ônibus circulares, não somente por não cobrirem toda a extensão do bairro, mas pelo último ponto ser exatamente na esquina onde moravam Mario e Fátima, que recorda com divertimento da época. “Como a mureta da área da minha casa era bem na rua e não tinha nada fechado, as pessoas sentavam ali para esperar. Quantas vezes eu saí e vi aquela turma toda sentada. Não tinha como varrer, eu ficava uma onça, tinha que aproveitar os intervalos da circular para poder limpar a frente da minha casa”. E se você não morasse no Centro ou fosse sócio de clubes como Palmeiras ou a Sociedade Esportiva Sanjoanense, encontrar um lugar para jogar futebol não era lá tão simples. “A gente tinha o campo de Santa Rosa, em frente ao Bar do Tibúrcio, perto do Sempre Vale. Mas ele era inclinado, ia morro abaixo. A gente jogava bola ali, mas ela corria sozinha”, conta Mário, rindo. “Não tinha CSU, não tinha piscina, campo de futebol. Essas benfeitorias ajudaram muito”. E de acordo com Leonice, este campo foi transferido depois de alguns anos para um terreno doado pela família Cabral, proprietários da Fazenda Areias, atual Vila Rica, e sediou vários torneios de futebol.
PROGRESSO
O DER tem hoje cerca de 10 mil habitantes. Nas áreas de Educação e Saúde, os equipamentos públicos instalados no local, de acordo com informações da Prefeitura de São João, incluem as Escolas Municipais de Educação Básica (EMEBs) Miguel Jorge Nicolau, Dr. José Procópio do Amaral e Prof. Maria Angelina Severino; a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau (EEPSG) Prof. Francisco Dias Paschoal; a Unidade de Saúde da Família (USF) Dr. Alexis Hakim; o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) Enf. Carmem L. Paione; e o Serviço de Atendimento Especializado (SAE).
Leonice enfatiza algumas das várias qualidades da região. “Acho que o bairro é seguro e um ótimo centro comercial. Até tenho saudades de antigamente: como era mais calmo, podíamos brincar na rua e estar sempre nas casas dos vizinhos. Mas agora está bom também, pois tem crescido cada vez mais e várias pessoas estão podendo abrir seus negócios no DER”, pondera a comerciante. “Isso traz mais progresso, empregos e facilita a vida dos moradores, que não precisam mais se deslocar para o centro da cidade”.
“É uma região muito gostosa para se morar”, garante Fátima. “Temos tudo: dentista, açougue, padaria, loja de roupas, calçados, supermercado, mercearia. Eu sempre gostei desse bairro. Se eu vendesse minha casa, compraria outra aqui, não penso em sair do DER”. Para Mário, o progresso é mais que bem-vindo, como a nova iluminação de LED. “Melhorou bastante com essas lâmpadas, a colocação já está quase concluída. A condição das ruas também está muito boa, assim como a limpeza”. “Não tem nem comparação. Aqui era muito difícil, tinha muito pouca gente. Hoje não, é como uma cidade. Ainda falta uma delegacia; no mais, já temos tudo”, assegura Alcina.
Para ela, somente a Av. Rodrigues Alves, onde estão instalados o Centro de Integração Comunitária (CIC), no bairro Santo André, e o Tiro de Guerra 02-072, no Rosário, seria mais movimentada que a Henrique Cabral de Vasconcellos. “Mas em dia de semana, aqui chega a ter de 50 a 60 carros na mesma hora”. E por falar em trânsito, os ônibus circulares, que antes não percorriam o DER por completo, agora estão presentes em toda a parte alta da cidade. “Isso faz a gente ver como cresceu. Agora vão até os bairros Tulipas, Resedás, Ipê, toda a extensão”, diz Fátima. Apesar do reconhecimento pelos diversos avanços, porém, a comunidade do DER ainda carece de atendimento em questões importantes e reivindica melhorias como: a construção de mais áreas de integração para diferentes públicos; atenção à constância da poda de árvores, especialmente na Praça Isaura Teixeira e mais dias de varrição.
FUTURO E PRESERVAÇÃO
Com tanta história e moradores apaixonados pelo lugar, não é difícil perceber que o futuro do DER e da parte alta como um todo é promissor. Embora a infraestrutura tenha sido aprimorada exponencialmente ao longo das décadas, sempre há espaço para melhoras. Algumas obras programadas para a região pelo Departamento de Planejamento são a reforma dos espaços de lazer do Parque dos Resedás, construção de uma creche e quadra, além da ampliação da unidade de saúde do Jardim das Azaleias. Pois é… As fazendas em volta daquela velha estrada de tropeiros se tornaram sítios, casas, e comércios. A comunidade em formação ganhou um símbolo na entrada do bairro, a primeira capela e muito desenvolvimento desde então. O bairro, que ficava além dos limites da cidade nos anos 50, hoje está longe de ser a última parada de quem transita pela Henrique Cabral de Vasconcellos. “Inclusive, é uma rua importantíssima para abastecer os conjuntos habitacionais da região, como Ipê e Resedás. É um centro comercial para toda a população, que é muito grande; quase metade da cidade está do outro lado da rodovia”, recapitula Lorette.
“Meu avô Zequinha Rodrigues sempre dizia, lá pelos anos 40, que um dia esse lado viraria ‘cidade’. E isso realmente aconteceu – e com uma certa velocidade”. O historiador aproveita para apresentar aos sanjoanenses a proposta de preservar o prédio do DER e ressignificá-lo como centro de integração da comunidade. “Eu gostaria de reivindicar aquilo como espaço público do município. Há muito espaço para aulas culturais, um museu do bairro, festas, reuniões. Seria um jeito de toda a cidade poder aproveitar este símbolo maior do DER”.